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terça-feira, 23 de outubro de 2007

Davi desafiando Golias

É sempre interessante vermos coisas inéditas. Esta foi muito interessante. Agradecimentos ao Weverton, por ter me mandado esta informação. Encontrei aqui a íntegra deste evento. As traduções que seguem não são literais, mas interpretações com o propósito de simplificar o ocorrido. Por favor, informem do que não concordarem.

O cenário é uma simpósio chamado ITxpo Conference, organizado pelo grupo Gartner. Em um dado momento, Steve Ballmer faz sua esperada (?) aparição, no caso, sua esperada participação no evento. Esperado sim, devido à importância da MS no cenário mundial de IT, o que é inegável, e de certa forma, pode ter sido esperado poucas novidades nesta apresentação de Steve Ballmer. Não há nenhuma ironia aqui.

Exceto por um momento, em que Yvonne Genovese, uma analista do Gartner, fez uma observação um tanto quanto inesperada ao longo de uma entrevista a Ballmer.

Se declarando como uma das pessoas que recentemente adotaram o Vista, Yvonne disse que um dia sua filha lhe disse que conhecia alguém que estava já usando o Vista, e disse ter ficado “apaixonada” (minha interpretação) pelas coisas “bonitinhas” do Vista, chamadas Gadgets, e que ela queria isto.

Ballmer alegremente declarou: “Eu amo sua filha”.

Bem típico do humor norte americano, frases de efeito rapidamente construídas sob afirmações recém disparadas. Convenhamos que é preciso vivacidade para manter este humor, o que o faz muito interessante. Podemos ver este tipo de humor em quase todas as séries americanas, onde alguém fala algo muito rapidamente sobre um fato recém ocorrido ou semelhante.

Entretanto, Yvonne também fez uso deste humor, mas desta vez com um tempero ácido bastante forte: “Nos próximos dois minutos, você não gostará tanto da mãe dela”.

Imagino como uma declaração destas deve ter feito murchar o sorriso que com certeza estava enfeitando o rosto de Ballmer. Daí em diante, Yvonne começa a contar do seu arrependimento em ter instalado o Vista, e como em 2 dias ela retornou para o Windows XP: “É seguro, funciona, todo o hardware foi bem reconhecido, e tudo é bom”, disse Yvone a respeito do XP.

Não bastasse isto, Yvonne afirma irrefutavelmente que sua experiência é amplamente compartilhada por outros usuários: “O que estamos vendo e o que estamos ouvindo dos usuários é algo muito semelhante”.

Ballmer tenta se recuperar deste golpe surpresa, desferido num momento em que estava de guarda baixa, nos primeiros segundos do primeiro round: “Vamos começar com o usuário final. Sua filha viu muito valor”. Yvonne revidou de imediato: “Ela tem 13 anos”.

Ballmer estava bem à vontade sobre as críticas, enquanto defendia amplamente o sistema operacional, afirmando que os usuários apreciaram o valor posto no Vista, mas como nos sistemas operacionais anteriores, há sempre uma tensão entre o valor percebido pelo usuário do ponto de vista do desenvolvedor, além do valor a ser gerado para TI.

Resumidamente, Ballmer fala da expectativa de seguranço nesta nova versão do Windows, da redução das vulnerabilidades, e do retorno positivo nos primeiros 6 meses, se comparado com versões anteriores do Windows. Quanto aos cont roladores de dispositivos, afirmou que no lançamento, havia menos controladores do que ele desejava, mas outros foram adicionados através do Window Update Service. Características de segurança fizeram com que softwares desenvolvidos por terceiros fossem modificados. Foram citados o Citibank e Continental Airlines como exemplo de corporações que já instalaram o Vista. O SP1 está em fase beta, a partir do retorno dos usuários. A MS está a par dos problemas que dos usuários, controladores de dispositivos, e problemas de compatibilidade.Ballmer sabe que o Vista é maior que o XP, e isto é um problema para alguns. Mas o SP1 não mudará isso. Mas máquinas estão crescendo constantemente, e Ballmer afirma que é importante recordar disto também.

Eu particularmente lembro aqui do humorista Tom: “não necessariamente nesta mesma ordem”, ou seja, o software evoluindo nesta progressão passa a exigir uma máquina mais potente, e não o software cresce por que a máquina ficou mais potente. Assim, eu entendo que o crescimento do software é ditado pelo crescimento do hardware. De um jeito ou de outro, em geral não podemos ficar comprando novas máquinas toda vez que o software que usamos mudou de versão. Ainda não achei tanto dinheiro sobrando por aí, e acredito que as empresas também não.

Mesmo assim, apesar de todos estes detalhes citados, Yvonne Genovese, rebate com poucas palavras:”Bom, deixo que você o instale para mim”.

Já disse que fui um evangelista ferrenho do Linux, mas relembrando os seres mitológicos do nosso cotidiano, eu me desenvolvi. Interoperabilidade é uma necessidade, e qual sistema operacional vai ficar com a maior parte da rede depende do que vai ser feito. Mas isto é a visão empresarial. O usuário doméstico precisa de algo que funcione, que dê mais segurança em relação aos vírus e outros atos agressivos. Este usuário quer acessar a Internet sem pensar qual site pode abrir, com medo de “estragar” seu computador. Este usuário quer acessar qualquer email que receber, sem se preocupar em isto ser uma apresentação ou uma armadilha disfarçada em um PDF. No nosso caso, brasileiros, é inadmissível que paguemos quase R$ 1.000,00 por 2 ou 3 CDs, (pode ser conferido o preço da Brasoftware aqui) e por este valor estaremos levando apenas o básico. Neste aspecto, enquanto o sistema operacional da MS ainda precisar dos antivírus e outras ferramentas afins, e custar este preço absurdo (para o brasileiro médio), ainda será um sistema operacional inadequado para o usuário final. Pelo menos o usuário final brasileiro que queira permanecer na legalidade.

4 comentários:

Anônimo disse...

Olá, Gilberto, gostei muito de seu texto, certamente irei recomendar seu blog para muitos.
Eu acessei ele a partir do link em sua assinatura no meiobit.
Realmente precisamos de mais "blogueiros" como você na internet. Se não for incomodo, acho que seria interessante alguma dessas suas publicações irem para o br-linux (ou até o meiobit).
Não tenho qualquer relação com ambos, porem por serem muito conhecidos, ajudaria a disseminar suas idéias, que ao meu ver são muito boas.

Gilberto Martins disse...

Obrigado pelas observações, Wallacy.
Estou procurando estar mais ativo nestes caldeirões para aprender mais e até mesmo auxiliar de alguma forma.

Mas fiquei meio aborrecido com o meiobit pois não consegui corrigir um erro de digitação em um post. Ainda vou tentar mais.

Abraços

Anônimo disse...

Você não vai conseguir, depois de um tempo não é mais possível fazer tais alterações.
Muitos blogs fazem isso para evitar que pessoas "falem uma coisa" depois "falem outra".
Por exemplo, xingar o autor do post, e depois editar dizer que não fez nada.

Fernando Costa disse...

E aí, Gilberto, a quanto tempo cara!!!!
Amigão só queria te dizer que gostei muito desse texto e coisas inéditas assim precisam de mais divulgação, como disse nosso amigo Wallacy aqui em cima. Bom Gilberto, falando do texto, eu vejo o Vista hoje como o XP quando foi laçado, o maior fuzuê, as opiniões gritavam 50% de aprovação (por causa do impacto visual) e 50% de reprovação (por causa principalmente da “lentidão”. 128MB era luxo na época) e era só nisso que se falava. Bom ele evoluiu muito e hoje a maioria esta satisfeita. Quem sabe se com o vista não pode ser assim? O impacto visual não é tão forte porque não é mais novidade, o XP quebrou isso. Então quem viver verá.
Quanto a ordem de evolução do software e do hardware, eu acho que as duas apresentadas no texto são validas, principalmente a que você é contra, veja só: quando sai um software que exige mais de hardware há um trabalho de pesquisa e desenvolvimento para evoluir o hardware e eu acho que foi graças a essa ordem que chegamos onde estamos hoje inclusive com relação a preço de hardware.

Aceito criticas sobre a minha opinião!!!

Falou Giba, abraços!

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