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terça-feira, 4 de março de 2008

Interoperabilidade: Windows 2008

Por estes dias, bastante tem sido comentado do Windows 2008. Eventos em diversos locais, artigos, fotos na internet. Nosso professor de Sistemas Operacionais convidou um especialista da MS para dar sua parcela de contribuição na explicação de detalhes do mesmo, e confesso ter ficado surpreso em muitas novidades.

Tendo visto, com muita propriedade pelo Serginho da Quality, uma visão geral das características do novo SO, fui procurar por isto no site da MS. Depois de muito tempo procurando pelo que interessa, tendo que passar por muito confete, achei a página com mais detalhes objetivos. Dali destaco o seguinte, tentando comparar com a base que conheço (Linux):

  • O RemoteApp para Serviços de Terminal integra completamente as aplicações executadas em um servidor de terminal com as estações de trabalho dos usuários, de modo que as aplicações se comportam como se elas estivessem sendo executadas em um computador local do usuário
    • é impressionante o que podemos ver aqui. Uma evolução do Terminal Server, a ponto de poder criar um atalho na minha máquina que vai se conectar ao servidor remoto, executar uma aplicação XYZ lá, e ver a tela gerada pela aplicação em meu próprio terminal, como se estivesse em execução local. Sempre pudemos fazer isso no falecido XFree86, mas era necessário partir para a linha de comando. Aqui um exemplo relativamente recente de como fazer isso no Linux (13/01/2002). Note que, para um administrador sem muito conhecimento de rede e protocolos (o que não é muito raro), a tarefa é complicada.
  • Network Access Protection (NAP) – Proteção Contra o Acesso à Rede: Uma nova estrutura que permite que um administrador de TI defina os requisitos de “saúde” da rede e para restringir os computadores que não estão de acordo com esses requisitos de se comunicarem com a rede. A NAP aplica as diretivas definidas pelo administrador que descrevem os requisitos de “saúde” para uma determinada organização.
    • Ideal para uma rede organizada, soma para a homogeneização dos vários terminais de rede. Ao entrar na rede, os novos terminais são "analisados" e qualificados. Ainda não sei se esta análise é feita todas as vezes que o terminal entrar na rede e quanta informação trafega entre o servidor NAP e esta estação para que esta avaliação seja feita.
  • Núcleo do Servidor: Desde a versão Beta 2 do Windows Server 2008, os administradores podem optar por instalar o Windows Server somente com os serviços requeridos para desempenhar as funções DHCP, DNS, de servidor de arquivo ou de controlador de domínio. Esta nova opção de instalação não irá instalar as aplicações e os serviços que não sejam essenciais e irá fornecer a funcionalidade base do servidor sem qualquer despesa extra. Ao mesmo tempo em que a opção de instalação do Núcleo do Servidor é um modo totalmente funcional do sistema operacional que suporta uma das funções designadas, ela não inclui a interface gráfica do usuário de servidor. Como as instalações do Núcleo do Servidor incluem somente o que é requerido para as funções designadas, uma instalação do Núcleo do Servidor tipicamente irá requer menos manutenção e atualizações, posto que há menos componentes para gerenciar. Em outras palavras, uma vez que haja menos programas e componentes instalados e sendo executados no servidor, há menos vetores de ataque expostos à rede, resultando em uma superfície de ataque reduzida. Se uma falha ou vulnerabilidade de segurança for descoberta em um componente que não está instalado, não será requerido um patch.
    • Uma versão enxuta do Windows, mas com uma quantidade muito restrita de funcionalidades, ainda que muito importantes. Desde o princípio da interface gráfica em sistemas operacionais Unix e Unix-Like, os servidores preferencialmente não usam interface gráfica. Parte-se do princípio de que se não é necessário, não deve estar instalado. Diferente das versões anteriores do Windows, desnecessariamente pesadas, esta se destaca por seguir o que os Unixes trazem em si desde o princípio de sua história de servidores (ou seja, a mais de 20 anos): a agilidade
  • Windows PowerShell: Um novo shell de linha de comando com mais de 130 ferramentas e uma linguagem de script integrada. Ele permite que os administradores controlem mais facilmente e automatizem com mais segurança as tarefas rotineiras de administração de sistema, especialmente entre múltiplos servidores.
    • Nisto, a MS surpreendeu a muitos. Conheci algumas pessoas que achavam o Linux péssimo por conta da "tela preta". Entretanto, em muitas operações, o mais prático é partir para a "mão". Mas estes que atiravam pedras na CLI (Command Line Interface) o que dirão agora ?
  • Gerenciador do Servidor: Este é um novo recurso que está incluído no Windows Server 2008. Ele é um "one-stop-shop", ou seja, uma parada obrigatória projetada para orientar os administradores de TI no processo completo de instalação, configuração e gerenciamento de funções de servidor e de recursos que são parte do Windows Server 2008. O Gerenciador de Servidor substitui e consolida vários recursos do Microsoft Windows Server 2003, tais como Gerencie seu Servidor, Configure seu Servidor e Adicionar/Remover Componentes do Windows.
    • Excelente ferramenta que agrega as configurações dos serviços comuns do SO. Simplifica a configuração de qualquer serviço, usando uma interface comum. Semelhante ao projeto Webmin, mas não sei se pode ser extendido pela adição de módulos
  • Windows Deployment Services (WDS) – Serviços de Implantação do Windows: Uma versão do Windows Server 2008 atualizada e reprojetada do Remote Installation Services (RIS), o WDS auxilia com a rápida adoção e implantação de sistemas operacionais Windows baseados em rede. O WDS permite a instalação baseada em rede do Windows Vista e Windows Server 2008 para computadores "bare metal" (sem sistema operacional instalado) e até mesmo suporta ambientes mistos, incluindo Microsoft Windows XP e Microsoft Windows Server 2003. Assim, os Serviços de Implantação do Windows fornecem uma solução completa para implantação dos sistemas operacionais Windows em computadores clientes e servidores, reduzem o custo de propriedade (TCO) e a complexidade das implantações do Windows Server 2008 e Windows Vista.
    • Agiliza a instalação do Windows em uma grande quantidade de máquinas, pela rede. Termina com os problemas ocasionais causados por softwares como Ghost, em instalações seqüenciais, e não se limita ao SO, mas depois deste, prossegue instalando outros softwares. Semelhante à instalação em rede via NFS do Linux, mas feito todo a partir do servidor. Se há esta possibilidade, alguém comente, pois não sei como fazer isto no Linux.
  • Os computadores clientes podem monitorar eventos específicos e encaminhá-los ao Windows Server 2008 para gerenciamento centralizado e relatórios.
    • Este é um muito bem vindo recurso, que para o Linux está disponível através de softwares como o gkrellm e seus muitos módulos, permitindo acompanhamento de consumo de disco, temperatura, CPU, etc
  • Os clientes podem reproduzir trabalhos de impressão localmente antes de enviá-los aos servidores de impressão para reduzir a carga sobre o servidor e aumentar sua disponibilidade.
    • Não sei o quanto isto é interessante, pois uma das justificativas de um servidor de impressão é tirar a carga do cliente, e para isto (também) o servidor de impressão tem uma fila. Agora, o peso recai sobre os clientes. Mas posso também ter compreendido incorretamente. Profissionais Windows com a palavra.
  • O novo protocolo Server Message Block 2.0 fornece várias melhorias em comunicação, incluindo maior desempenho ao se conectar com o compartilhamento de arquivos por meio de links de alta latência e melhor segurança através do uso de autenticação mútua e da assinatura de mensagem.
    • Imagino eu que esta modificação não vá alterar em nada o que foi definido no acordo entre MS e a Protocol Freedom Information Foundation. Assim, o stress entre usuários samba não deve ocorrer por conta desta melhoria.
Os textos acima foram tirados do referido site da MS, com os meus comentários. Mas nem tudo é claro. O Dennes anuncia que a Microsoft está investindo no treinamento de profissionais para a migração de PHP para .NET, enquanto Sam Ramji anuncia que o IIS 7 suporta o PHP e que o PHP foi certificado para o Windows 2008 (We set a goal of having PHP certified on Windows Server 2008, and we’ve achieved that).

Isto é contraditório, pelo menos a princípio. Mesmo assim, esperamos que a interoperabilidade anunciada por Ramji traga melhores perspectivas futuras.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Mais uma destes técnicos ...

Recentemente, tive que visitar um amigo que teve seu computador "mexido" por um destes "profissionais". Este, havia garantido que o referido aparelho estava contaminado por um vírus.
Infelizmente, o Windows funciona de forma meio sombria para o usuário final. Mensagens nada claras são mostradas quando algum problema ocorre, e faz com que o usuário final, que definitivamente não tem que ficar mexendo nisso acabe procurando desesperado ajuda com algum destes milagreiros.

Este Roque Santeiro me parece ter aberto o gerenciador de tarefas, e mostrando os processos em execução, apontou para o danoso e maléfico virus, o "explorer.exe". Assim, bastava remover o purulento código da máquina e seu problema estaria resolvido. Entretanto, o projeto de Dr. House tecnológico afirmou, do alto do cume do seu conhecimento, que ao reiniciar a máquina, este estaria de volta. Como não havia na mão deste monge dos CDs um anti-vírus capaz de solucionar esta encrenca, a solução foi a de sempre: formatar e reinstalar o SO Windows XP.
A consequência disto é que os links dos browsers foram apagados, a estrutura de arquivos foi esquecida, e talvez até alguns arquivos do Desktop foram mandados para o limbo.

Se tem algo que me aborrece é esta horda de supostos técnicos que infestam nossas rodas de amizade, a procura de clientes (ou vítimas) dos quais arranca suas cifras para fazer um trabalho parco. Não conhecem nada, não sabem de nada, se portam como Lamas da tecnologia, são anti-éticos, derrubando, queimando e questionando o trabalho dos que ali estiveram antes, tentando assim conquistar credibilidade para si mesmos. Apenas vermes e sanguessugas.

Já falei deles em outra oportunidade, mas infelizmente não recebi nenhuma resposta aqui no blog. Gostaria de saber quanto tempo mais teremos que conviver com esta falta de bom comportamento profissional. Com já disse, eu mesmo fui assim, errado. Mas chega um momento em que você compreende a necessidade de melhorar. Pior é quando este momento acontece, e as pessoas não se dão conta disto.

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Não é só o Linux que é "difícil de instalar" ...

Entre os muitos "problemas" citados pelos "usuários de informática" relacionados ao Linux, ignorando os falsos e os que são causados pela preguiça/desconhecimento do usuário, os problemas reais são os que realmente por vezes inviabilizam a utilização do Linux. Aliás, estou falando do Linux apenas aproveitando o fato de que este é o mais popular representante do Open Source. Poderia ser o FreeBSD, ou mesmo outros BSDs.

Destes problemas, o que mais irrita é a inexistência de drivers para Linux. Assim, facilmente se compra um hardware e se descobre que o mesmo não é suportado no Linux. E aí, começam os comentários infundados:
- Este SO é uma porcaria
- Linux nunca vai dar certo
- Ninguém usaria uma coisa tão complicada

Mas ninguém lembra que quem disponibiliza o SO não tem que criar os controladores de dispositivos, ou seja, os drivers. Isto é papel do fabricante. Tente adquirir um hardware novo no mercado, qualquer que seja, e procure explorar todas as suas possibilidades se não for feita a instalação de seus drivers, estes feitos pelo fabricante. Não há SO que possibilite isto.

Nem precisamos pensar em hardwares novos. Basta pensar em uma placa de captura de vídeo que tenha bons recursos. Se não for instalado o driver proporcionado pelo fabricante, ela não funcionará plenamente. Acaba fazendo o mesmo que uma placa de vídeo comum, apenas com mais memória. Flávio Xandó cita isso:"O fabricante tem que ofertar o adaptador (driver) que viabiliza colocar esse aparelho no carro novo. Simples assim.".

Agora, este problema passa a ser vivido por muitos usuários, que no passado atiraram exatamente estas pedras, e hoje estão passando pela mesma situação. Os novos notebooks estão cada vez mais populares, cada vez mais baratos, e cada vez mais vendidos. Muitos já tem instalado alguma versão do Windows Vista. No mesmo link, Flávio cita: "Toda troca de sistema operacional necessita dos drivers corretos. Seria desejável, mas é impossível o Vista conter todos os drivers de todos os dispositivos do mundo incorporados.". Mas por que este pensamento apenas agora é aceito pelos ditos "usuários" apenas agora, quando o calo dói no próprio pé ?

Tenho ouvido e lido bastante reclamações e relatos de completa insatisfação com o Vista, pelos mais diversos motivos. Não basta dizer que é mais seguro, que é mais avançado, que é mais o-que-quer-que-seja. O usuário simplesmente não se adequou. Igual ao Linux: é mais seguro, é mais estável, tem linha de desenvolvimento aberta e contato aberto com o usuário, gratuito, mas os usuários também não se adequaram. Em ambos os casos, querem o que eles "sabiam usar" (ou seja, achavam que sabiam): o XP. E que decepção: nas novas máquinas o XP não funciona parcial ou integralmente !!!! Esta história todos nós já ouvimos!

Há um outro aspecto. Quando todos estávamos habituados com o Windows 98, nos obrigaram a usar uma versão atualizada. Não seria mais criado nada para o 98, e todos seriam OBRIGADOS a De forma democrática, migrar. Todos teriam o "direito" de mudar ou parar de usar. Estamos vendo esta mesma linha de novo: O desenvolvimento de novos drivers para o XP vai acabar, os "teimosos" vão ser forçados a mudar, etc, etc, etc. Se isto é um tremendo inconveniente para a pessoa física, o que se diz da pessoa jurídica? e o suporte ao SO anterior, caso a empresa decida permanecer com ele ? quem fará os drivers dos novos hardwares para que este funcionem

Eu não sei se cabe aqui eu usar a expressão "nos obrigaram a usar uma versão atualizada". Não tenho como saber qual foi ou é a intenção da MS ao lançar atualizações de seus softwares. Mas a impressão que fica, à primeira vista (isto não é um trocadilho!!!), é a de impor o upgrade.

Mas o que resta, de tudo isto que estamos vendo, é que daquilo que os defensores da MS nos acusavam, estão passando hoje (foram poucos os defensores dos softwares proprietários, muito mais foram defensores da MS mesmo. Do lado de cá, foram os tradicionais xiitas de Linux, entre eles, eu mesmo era um, mas agora, como outros, passamos a entendender o real valor social do Software Livre). E agora, estão na mesma agonia que era dada como sendo ponto negativo no Linux.

Security Fix

Dicas-L: Dicas técnicas de Linux e Software Livre

 
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