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sábado, 11 de setembro de 2010

Carta contra (mais) uma carta contra Lula

Recebi um email apontando mais um texto dirigido contra o Presidente atual (Lula), que pode inclusive ser lido em tantos outros lugares que meramente repetem o que acham interessante:
Contra este texto, que é um amontoado de afirmações infundadas, quase todas baseadas em "achismos", eu peço emprestado o texto que se encontra em http://www.artigonal.com/noticias-e-sociedade-artigos/exegese-da-carta-de-gilberto-geraldo-garbi-1250422.html, QUE DEVE SER LIDO POR CADA UM QUE LEU O TEXTO ORIGINAL, lançando mão ao direito de réplica.

Deste texto que mencionei, vou ressaltar dois trechos:

Ausência de referências

O chamamento para o texto já começa tentando impor um argumento de autoridade, ou seja, ao referir-se ao autor como UM DOS MELHORES ALUNOS DE MATEMÁTICA, oriundo do ITA, que sabemos ser uma instituição de ensino de primeira qualidade, fala de honrarias que ele recebeu e de cargos de relevância que ocupou. Tudo isso querendo demonstrar que não é “qualquer um” que está falando. Contudo, com todo esse impressionante currículo, a “autoridade” do autor é totalmente inválida. Pode ser que ele possua competência nas áreas de matemática e engenharia, mas isso de forma alguma o qualifica como autoridade para discorrer sobre os acertos e erros do presidente da república. Não estamos falando de um cientista político, de um sociólogo ou de um filósofo, que são especialistas na área e o que daria mais peso ao argumento de autoridade, trata-se de um engenheiro descontente com os rumos da nação e com o chefe do executivo federal que faz juízos de valor sobre a atuação de Lula e não uma análise de fatos.

Um dos detalhes mais interessantes destes falsos manifestos que correm pela internet é a completa falta de fontes das "verdades" usadas para embasar suas idéias. Ora, se eu menciono que alguém escreveu ou disse isso ou aquilo, eu também deveria dizer onde isto está escrito ou quando foi dito, e principalmente, onde eu posso encontrar esta informação.

Para exemplificar as consequencias disto, por conta destes descuidos, atribui-se a Bíblia a referência "faz por ti e Eu (Deus ou Jesus) te ajudarei". Todas as vezes que ouvi isto me diziam "está na Bíblia":
Um texto interessante fala deste exemplo: http://jesuscristoprincipedapaz.blogspot.com/2010/01/o-que-biblia-nao-diz.html

Ora, a Bíblia é uma coleção de 66 documentos históricos. Podem me dizer em qual Livro, capítulo e versículo a mesma se encontra ? Para demonstrar, ofereço o link no qual faço a busca em toda a extensão da Bíblia pelos verbos usados (faz e ajudarei) e nada é encontrado: http://www.bibliaonline.com.br/acf/s/*/1/faz%20ajudarei

Outro detalhe interessantíssimo é que uma pessoa que escreve tão bem como o próprio Gilberto Garbi o faz (veja exemplo neste texto sobre a Telebrás) aparentemente descamba de forma terrível de seu particular estilo literário, dando a impressão que os dois textos (o que mencionei agora sobre a Telebrás e o objeto deste meu manifesto) foram escritos por pessoas diferentes.

A motivação
Por fim, não sou petista nem lulista, todavia não vou bater palmas para qualquer um que saiba ofender outrem sem reais fundamentos. Não sou defensor do governo e nem quero ser, apenas gosto de apontar as incongruências e contradições dos pretensos formadores de opinião.
É de extremo mau gosto o tom de todas estas acusações que correm contra todos neste tempo político. Nos 3 anos anteriores, muito pouco se apontou, se comparado a estas frequentes acusações de ocasião. Sou a favor do governo atual, acredito que crescemos muito em muitas áreas, afirmo que não foi um governo como everia ter sido, mas foi melhor que os que o antecederam.

Eu poderia relatar aqui grandes feitos (a meu ver) como o crescimento da Escola Técnica, a Petrobrás, o fortalecimento do poder aquisitivo, e outras. Com certeza discordarão, afirmando que ou era o mínimo, ou que se beneficiou de vitórias de governos anteriores, ou qualquer outra coisa. Tenho o direito de afirmar o que acho melhor, assim como todos gozam do mesmo direito.

O que não é direito é presumir que se têm o direito de difamar, de proferir inverdades. De se esquecer do passado não tão distante, por exemplo:
  • A fundação Mauricio Grabois relembra fatos de governos anteriores:
  • Em interessante texto sobre análise de "Crimes do Colarinho Branco" destaco:
    • Sua atuação(omissão) valeu-lhe o título de “Engavetador-Geral da República”, epíteto que infelizmente o perpetua na história (pesquisa www.google.com.br, digitando “engavetador-geral”).
    • Vide, exemplificativamente, “Fatos Caracterizadores de Corrupção Ativa e Passiva – Caso Collor/Construtora Xingo -” PC Farias, Cláudio Lemos Fonteles, Procurador-Geral da República, in Boletim dos Procuradores da República nº 20, www.anpr.org.br.
    • No Governo FHC, a única dúvida era saber se o escândalo de amanhã seria ou não maior que o de ontem e o de hoje. A corrupção, escrachado desvio(v.g., privataria das estatais, etc.), era banal, quotidiana.
    • O Dr. Geraldo Brindeiro, à frente do Parquet por 08 anos(1995/2003) não apresentou uma denúncia sequer ao STF contra o foro privilegiado(Jornal Valor Econômico, 31.03.08).
    • (Dr. Antonio Fernando de Souza) Deixou órfão Ali Babá, denunciando 40 perante o STF, entre eles, o Presidente do PT José Genuíno, o tesoureiro Delúbio Soares, Ministro Chefe da Casa Civil, Deputado Federal, ícone do PT, José Dirceu, Ministro das Comunicações Luiz Gushiken, Deputado Roberto Jefferson, publicitário Marcos Valério, etc(“Dos mensaleiros à ‘quadrilha dos 40’ – Folha de São Paulo, 04.06.06). Pela primeira vez na sua hisória, em sede de competência originária, aparelhando a apuração, o STF determinou a prisão processual de alguém. Figuras expressivas, entre elas, o renomado processualista e Des. José Eduardo Carreira Alvim(TRF/3ª), investigação que teve por objeto a corrupção em tutelas judiciais em favor da jogatina(bingos e caça-níqueis), também implicado o Min. do STJ Paulo Medina('Operação Furação').
    • Na apuração do “affair” entre a estagiária Mônica Levinski e Bill Clinton, então Presidente dos EUA, País mais poderoso do planeta, não obstante tratar-se de questão íntima – “mamou ou não mamou?! - de escassa ou nenhuma agressão à “res publicae”, o Chefe de Estado foi submetido à jurisdição de uma Juíza Federal de 1ª instância. No Brasil, onde ninguém buscaria devassar intimidades do Príncipe - devassando-se, tão somente, a devassidão com a coisa pública, consoante acenava a 1ª instância judiciária -, o final do Governo FHC, avalizado pelo conivente silêncio do nascituro Governo Lula, foi pautado pela desmesurada obsessão em repristinar o foro privilegiado a ex-agentes políticos. A Suprema Corte cancelara a Súmula nº 394 em 25.08.99(vide Informativo do STF nº 159), fundamentando, corretamente, que o foro privilegiado, tendo sua “ratio essendi” na dignidade do cargo, não na pessoa de seu titular, uma vez já não no exercício da função pública, inexistiria razão à sua manutenção a processos posteriores, não obstante que por atos pretéritos “ex officio”. O Governo FHC, acometido da “síndrome Carlos Menen” – Presidente da Argentina, preso após o mandato - mobilizou todas as forças nessa campanha.
    • À época em que, v.g., editou-se a Medida Provisória nº 2.088-35, 27.12.00, instituindo-se a esdrúxula reconvenção do réu contra o Órgão do Parquet que ousasse judicializar as improbidades, o Exmo. Min. Gilmar Mendes titulava crucial cargo de confiança/importância daquele Presidente, na prática, maestro/inspirador das estratégias jurídicas do Governo FHC, tanto que aquinhoado pelo Chefe do Executivo com nomeação à Suprema Corte. A propósito, afora seu “... notório saber jurídico ...”(art. 101, “caput”, da Constituição), o Exmo. Min. Gilmar Mendes ostenta biografia de irrepreensível fidelidade aos diversos governos dos quais titulou cargos de confiança, bastando lembrar que paladinou contra o impeachment do Presidente Fernando Collor até a undécima hora. Sabedor que o poder inadmite vácuo - “Rei morto, Rei posto”! – e que a sobrevida de seus caudatários está na razão direta do seu dinâmico fisiologismo, de inopino, o Exmo. Min. Gilmar Mendes aderiu ao PSDB, quando da era Collor, oposição ao governo que então ele defendera.
  • O Bloco Carnavalesco Clube do Samba fez algumas composições compatíveis com a época:
    • 1981: "Sem feijão eu não agüento" (Sobre a crise do cereal, quando o governo começou a importá-lo do Chile)
    • 1983: "Ai, ai, ai, como estou endividado" (Sobre a solicitação de empréstimo do governo brasileiro ao FMI),
    • 1986: "Pára de roubar que dá" (Sobre os escândalos do governo José Sarney),
    • 1987: "Cadê o boi" (Sobre o confisco de bois do governo Sarney para que favorecesse o preço, culminando apenas no favorecimento dos pecuarista e não sobre o preço),
    • 1988: "Com Seu Bigode não quero pagode" (sobre o aumento de um ano da permanência do presidente Sarney),
    • 1989: "Será que este pacote é mais um trote" (Sobre os pacotes econômicos, muito comuns nessa época),
    • 1990: "Marajá ou maracujá?" (Referente ao presidente Collor que prometia acabar com os altos salários no governo),
    • 1992: "Não tem meu pé me dói, me dá minha Calói" (Sobre os escândalos com o Ministro da Saúde, Alcenir Guerra),
    • 1993: "No esquema do PC, tem fantasma colorê" (Sobre a denúncia de Pedro Collor de Mello (irmão do então presidente) contra Paulo César Faria (Secretário de Campanha do Presidente),
    • 1994: "Bronca de verba e os Sete Anões" (Sobre o escândalo dos Anões do Orçamento),
    • 1995: "Supremo de Pizza" (Ironizando a absolvição do ex-presidente Collor pelo Supremo Tribunal Federal),
    • 1996: "No grampo da Federal, pasta rosa é maioral" (Referente ao escândalo da "Pasta Rosa" envolvendo o Senador Antônio Carlos Magalhães),
    • 1997: "Quanto vale a Vale?" (Sobre a privatização da Vale do Rio Doce),
    • 2000: "Olá, Seu Nicolau" (Sobre o Juiz Nicolau dos Santos Neto (Lalau) e o desfalque na obra do prédio do Tribunal Regional do Trabalho, em São Paulo),
  • Geraldo Alckmin e o Nossa Caixa
Para encerrar, consulte uma lista que relaciona motivos para não votar em Serra. Esta lista em http://45escandalosdejoseserra.blogspot.com/ possui links interessantes, como no caso da briga Serra x Site Flit-Paralisante, que me pareceu inacreditável:
  • flit-paralisante.blogspot.com era um blog policial mantido pelo Delegado Guerra (SP)
  • Seu blog foi retirado da internet novamente, após ordem judicial num processo movido pelo governador de São Paulo, José Serra
  • A ordem judicial pode ser lida nesta cópia
  • O site agora funciona em http://flitparalisante.wordpress.com/
  • O objetivo deste site era de tornar público o que os olhos policiais viam de errado no governo
Fica uma dúvida: este homem que CENSURA a voz de um cidadão pode realmente fazer algo útil pelo Brasil ? Se mais alguém se opuser a ele, ele vai forçar esta voz a se calar também ?

Os hábitos de engavetamento também se fizerem presentes neste governo PSDB em São Paulo: veja em http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_secao=1&id_noticia=125589.

Em tempo, no wiki da Ass. Engenheiros do ITA existe a ligação para a suposta carta que teria sido Escrita por Gilberto Garbi. Este link aponta para o blog do Edmilson Siqueira. Lá não está mais a carta, mas um aviso aos seus leitores:

Meus prezados:

A vida nem sempre é exatamente do jeito que gostaríamos que fosse. Às vezes planejamos de um jeito e acontece de outro etc. e tal. Assim, esse blog está se despedindo hoje dos leitores e colaboradores. O motivo é simples: a vida me empurrou para o exercício de algumas funções que impedem que eu tenha tempo para me dedicar, comme il faut, ao blog.

Agora, além da função que exerço como assessor parlamentar para a bancada do PSDB na Câmara, estou envolvido no projeto de um guia cultural que pretende ser o maior e melhor de Campinas e, para tanto, vai ocupar o tempo livre que tenho e que já não é grande. O projeto do guia está em fase de acertos finais. Logo em seguida, nos próximos dias, será dado o start para a produção mesmo, quando vamos ter de colocar a mão na massa para transformar em um produto viável tudo que estamos discutindo agora em reuniões mais ou menos semanais. Obviamente, a dedicação terá de aumentar e o único tempo livre que tenho é exatamente aquele que dedico ao blog.

Como esperamos ficar todos milionários (he, he) com o guia e o blog já há algum tempo não significa qualquer ganho, a escolha é mais ou menos óbvia. O “mais ou menos” fica por conta do prazer que me dá escrever sobre política, sobre música, sobre as coisas boas e ruins que vejo e vivo por aí. Mas, tenho certeza, o guia também me dará muito prazer em escrever, além do que pode ter um bom retorno ao investimento que ora fazemos.

Eu gostaria que todos soubessem que essa despedida, embora o tom não seja de tristeza, não está sendo fácil de ser escrita. Tenho o guia como um projeto importante, junto com amigos importantes e que carrega uma razoável possibilidade de sucesso. Mas já me lembro do blog com saudade e, quase com uma certeza: assim que a vida deixar ou quiser, eu volto a escrevê-lo.

Obrigado a todos pela leitura e paciência.

A suposta carta estava gentilmente hospedada em seu blog, que foi desativado para se dedicar a atividades políticas com o PSDB.

Me parece claro quem seria o candidato "mais adequado" a substituir "o pior dentre todos os presidentes que tive a infelicidade de ver comandando o Brasil em meus 65 anos de vida" (supostamente escrito por Gilberto Garbi).


Um comentário:

Anônimo disse...

muito bem colocado, cancei de receber emails de pessoas fanaticas que nao sabem apontar nda de bom sobre seus candidatos, mas sabem falar mal do opositor!

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